A Polícia Federal (PF) identificou indícios da participação do ex-presidente Jair Bolsonaro no esquema de espionagem ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), conforme revelou o relatório final da operação ‘Abin Paralela’, divulgado nesta quarta-feira. No entanto, Bolsonaro não foi incluído na lista de indiciados por já responder por acusação similar no Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da investigação sobre atos golpistas.
De acordo com a PF, as provas coletadas indicam que o ex-presidente tinha conhecimento detalhado do esquema de monitoramento ilegal e seria o principal beneficiário das ações. Investigadores afirmam que a estrutura da ‘Abin Paralela’ operava sob comando de aliados de Bolsonaro, utilizando softwares de vigilância para rastrear autoridades sem autorização judicial.
A decisão de não incluir Bolsonaro no novo indiciamento foi tomada porque o caso já está sob análise do STF. A PF encaminhou as novas evidências à Procuradoria-Geral da República (PGR), que avaliará a necessidade de novas medidas judiciais contra o ex-presidente. O relatório destaca ainda que outros 25 investigados foram indiciados por crimes como formação de organização criminosa e invasão de dispositivos eletrônicos.