A Polícia Federal (PF) identificou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro como os líderes de uma organização criminosa que teria usado a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem política e ataques às urnas eletrônicas. O relatório final da operação ‘Abin paralela’, entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), afirma que ambos definiram as diretrizes estratégicas do esquema e os alvos das ações clandestinas. A defesa do ex-presidente ainda não se manifestou sobre as acusações.
Segundo a PF, o objetivo da estrutura clandestina era proteger interesses políticos e familiares, atacar opositores e desacreditar instituições democráticas. Bolsonaro é apontado como ‘o centro decisório’ do esquema, enquanto Carlos Bolsonaro seria o ‘idealizador da inteligência paralela’. Ao todo, 36 pessoas foram indiciadas, com a investigação dividida em seis núcleos, incluindo o político, comandado pela família Bolsonaro.
O relatório de 1.125 páginas, assinado pelo delegado Daniel Carvalho Brasil Nascimento, foi tornado público nesta quarta-feira (16) por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A PF também vinculou monitoramentos ilegais a interesses do ex-presidente e sua família, incluindo a produção de dossiês para interferir em inquéritos contra o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Jair Renan.