O Ibama concedeu à Petrobras autorização para realizar testes na região da Foz do Amazonas, contrariando a recomendação de técnicos do órgão que sugeriram o bloqueio da operação. A decisão, baseada em um parecer alternativo assinado por dois especialistas, permite que a estatal avance na exploração de petróleo na área. O órgão já havia aprovado conceitualmente o plano de proteção da fauna apresentado pela empresa e determinado a realização de uma Avaliação Pré-Operacional (APO).
Apesar da oposição de 29 técnicos do Ibama, que apontaram falhas e subestimações no projeto da Petrobras, a direção do órgão considerou que os testes poderiam avaliar melhor a viabilidade do empreendimento. A estatal manifestou interesse em iniciar a simulação operacional no bloco 59 da bacia ainda em julho, embora sem data definida. O processo ocorre sob pressão política, incluindo solicitações do governo federal para que o projeto avance.
Especialistas ambientais criticam a decisão, argumentando que a aprovação conceitual e a realização de testes não garantem a sustentabilidade do projeto. Enquanto a Petrobras atualiza seus documentos para obter a licença definitiva, técnicos do Ibama reiteram preocupações com os impactos ambientais, destacando a necessidade de critérios técnicos na tomada de decisões. A controvérsia reflete a tensão entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.