Centenas de peixes mortos foram encontrados na faixa de areia da Praia do Perequê, em Guarujá, litoral de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (23), gerando preocupação entre moradores e autoridades ambientais. Técnicos do Instituto Gremar confirmaram a presença dos animais, embora a Prefeitura de Guarujá tenha informado que não foram identificados sinais de contaminação ou vazamentos na área. A situação reacendeu o debate sobre práticas pesqueiras na região, especialmente após relatos de pescadores apontarem o descarte de peixes por embarcações como causa provável do fenômeno.
Segundo Rosane Farah, bióloga e responsável técnica do Instituto Gremar, a causa exata das mortes só poderá ser determinada após análises laboratoriais detalhadas dos peixes recolhidos. No entanto, a hipótese mais provável envolve a triagem feita por embarcações pesqueiras, que descartam espécies indesejadas diretamente no mar. Essa prática, comum na pesca industrial, pode ter contribuído para o acúmulo dos animais na praia, carregados pelas correntes marítimas. A prefeitura destacou que a fiscalização em território marítimo é responsabilidade da Marinha e de órgãos federais, limitando a atuação do município na prevenção de ocorrências semelhantes.
Especialistas afirmam que episódios como este levantam questões urgentes sobre sustentabilidade e regulação da pesca no Brasil, particularmente em áreas de grande atividade pesqueira como o litoral paulista. O Instituto Gremar recomendou à população evitar contato direto com os peixes até que análises conclusivas sejam divulgadas. Enquanto isso, ambientalistas cobram maior monitoramento das práticas de descarte e políticas públicas mais rigorosas para mitigar impactos no ecossistema marinho. O caso pode representar uma oportunidade para repensar a relação entre atividade econômica e preservação ambiental em zonas costeiras cada vez mais pressionadas pelo uso intensivo dos recursos naturais.