Mulheres parlamentares dos países do BRICS destacaram, durante a 3ª Reunião de Mulheres Parlamentares do bloco em Brasília, a necessidade de medidas mais efetivas para promover a igualdade de gênero. Elas argumentam que o grupo pode ser estratégico na negociação de acordos multilaterais, como transferência de tecnologia em saúde feminina, maior participação em espaços decisórios e redução da violência política. Uma parlamentar ressaltou que, apesar dos avanços, a representação feminina nos países do BRICS ainda é baixa, com apenas duas nações atingindo paridade ou maioria de mulheres nos parlamentos.
A desigualdade estrutural foi apontada como um dos principais desafios, com destaque para a divisão sexual do trabalho e a exclusão das mulheres do poder econômico e tecnológico. Uma deputada defendeu que o Brasil, durante sua presidência no BRICS, pode contribuir com políticas públicas que abordem essas questões de forma ampla, incluindo justiça racial e territorial. Além disso, foi destacada a urgência de melhorar o acesso a serviços de saúde, especialmente em regiões vulneráveis, diante dos altos índices de mortalidade materna em países de baixa e média renda.
Representantes de outros países do BRICS compartilharam experiências positivas, como a expansão do acesso ao crédito e à moradia para mulheres na Índia. Parlamentares reforçaram que o empoderamento feminino não é apenas uma questão de justiça social, mas um requisito para o desenvolvimento nacional. Apesar dos avanços, reconheceram que o progresso tem sido lento e que é essencial superar barreiras no mercado de trabalho e na representação política para garantir maior equidade.