Motoristas de ônibus da empresa Coordenadas, que opera mais de 15 linhas em Belo Horizonte, iniciaram uma paralisação na madrugada desta terça-feira, 24 de outubro. A greve, que tem causado sérios impactos na mobilidade urbana, afeta linhas importantes como 102, 103 e 4102, prejudicando a rotina de milhares de passageiros. A decisão dos motoristas de não saírem da garagem, localizada em Sabará, foi motivada por uma série de reivindicações que incluem a carga horária excessiva e o pagamento em dia do FGTS. A situação gerou preocupação entre os usuários do transporte público, que enfrentam longas esperas e dificuldades para se deslocar pela cidade.
As reclamações dos motoristas, conforme declarado por um representante do Sindicato dos Trabalhadores em Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH), refletem uma insatisfação crescente com as condições de trabalho. Além do pagamento em dia do FGTS, os motoristas exigem melhores condições de serviço, a renovação da frota de veículos e um aumento no valor do vale-refeição. A falta de resposta da BHTrans e da SetraBH, órgãos responsáveis pela fiscalização do transporte público, agrava a situação, uma vez que a negociação entre os trabalhadores e a empresa Coordenadas ainda está em impasse. A paralisação não apenas afeta o transporte diário, mas também levanta questões sobre a gestão e a sustentabilidade do sistema de transporte na capital mineira.
O futuro do transporte público em Belo Horizonte pode estar em jogo, conforme a paralisação se arrasta sem uma solução à vista. Especialistas em transporte urbano alertam que a insatisfação dos motoristas pode se espalhar para outras empresas, levando a uma crise mais ampla no setor. Com a proximidade das eleições municipais e o crescimento das demandas por melhorias na infraestrutura de transporte, as autoridades locais enfrentam um desafio significativo para restabelecer a confiança entre os trabalhadores e os usuários. A situação exige uma reflexão crítica sobre as políticas de transporte urbano e a necessidade de um diálogo mais efetivo entre todos os envolvidos, para que se evitem futuras interrupções no serviço essencial à população.