Cingapura está se tornando o principal destino para o armazenamento de ouro físico por parte de investidores de alto patrimônio, impulsionado pela instabilidade econômica e geopolítica global. Instalações como “The Reserve”, um complexo fortificado próximo ao aeroporto da cidade-estado, registraram um aumento de 88% nas solicitações de armazenamento e um salto de 200% nas vendas de barras de ouro e prata nos primeiros meses de 2024 em comparação com o ano anterior. A reputação de Cingapura como um polo seguro e estável, aliada à desconfiança em sistemas bancários domésticos de alguns países, tem atraído clientes internacionais, com 90% dos pedidos vindos do exterior.
O ouro físico ganhou preferência sobre ativos em papel, como certificados ou participações em reservas compartilhadas, devido aos riscos de contraparte e ao temor de crises bancárias, como a do Silicon Valley Bank em 2023. Especialistas destacam que possuir o metal diretamente reduz a exposição a falhas sistêmicas, embora os custos de transação sejam mais altos. Além disso, analistas projetam que o preço do ouro pode atingir US$ 5.000 por onça no próximo ano, reforçando seu apelo como reserva de valor em tempos de volatilidade.
A localização estratégica de Cingapura como centro de trânsito global também contribui para sua atratividade, facilitando a movimentação de ativos e oferecendo conveniência para investidores que buscam diversificar geograficamente seus patrimônios. Enquanto a Suíça perde espaço nesse mercado, Cingapura consolida sua imagem como a “Genebra do Oriente”, combinando segurança jurídica, infraestrutura especializada e acesso a mercados emergentes. A tendência reflete uma busca crescente por estabilidade em um cenário marcado por incertezas comerciais e políticas.