A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) anunciou, nesta semana, uma nova diretriz para os investimentos em defesa, elevando a meta mínima de gastos para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países-membros. Durante a cúpula da aliança em Haia, na Holanda, os líderes participantes formalizaram o compromisso, que destina 3,5% do PIB a despesas militares diretas e 1,5% à infraestrutura de segurança, como estradas, portos e proteção cibernética. Segundo o secretário-geral Mark Rutte, essa mudança representa um “salto gigantesco” em relação à meta anterior de 2%, estabelecida em 2014. Este anúncio ocorre em um contexto de crescentes tensões com a Rússia, que já destina entre 6,3% a 7% do seu PIB para defesa.
A decisão de aumentar o investimento em defesa foi impulsionada por preocupações de segurança crescentes na região, especialmente após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014. Desde então, a OTAN tem reforçado suas capacidades de resposta rápida, com 23 dos 32 países-membros já atingindo ou superando a antiga meta de 2%. O secretário-geral Rutte destacou que, caso a Rússia ataque, a resposta da aliança seria devastadora. A Alemanha, por exemplo, planeja atingir 3,5% até 2029, enquanto a Polônia já destina 4,7% do seu PIB e busca formar o maior exército da Europa. Essas medidas visam garantir que a OTAN mantenha sua superioridade estratégica e dissuasiva frente a Moscou.
As implicações futuras dessa nova meta de investimento são vastas, sinalizando uma intensificação da corrida armamentista e um possível reequilíbrio de forças na Europa. Com a Rússia alocando uma significativa parcela do seu orçamento para defesa, a pressão sobre os países da OTAN para aumentar seus gastos é palpável. Especialistas sugerem que essa decisão pode redefinir as alianças militares e políticas na região, influenciando até mesmo políticas internas dos países-membros. No longo prazo, espera-se que essa mudança fortaleça a segurança coletiva da aliança, mas também levante debates sobre prioridades orçamentárias nacionais. A comunidade internacional, portanto, observa atentamente os próximos movimentos da OTAN e suas consequências geopolíticas.