A administração dos Estados Unidos propôs cortar 50% do orçamento da NASA, o que pode levar ao encerramento prematuro de diversas missões espaciais, especialmente aquelas voltadas para o monitoramento da Terra e do clima. Entre os projetos afetados estão satélites como os da série Landsat, usados no Brasil para acompanhar desmatamentos, além de instrumentos que estudam a concentração de CO₂ na atmosfera. Se aprovado pelo Congresso, o corte de US$ 3,9 bilhões também prejudicará missões em Júpiter, Marte e Vênus, além de cancelar programas futuros, como o sistema de satélites Atmosphere Observing System (AOS).
As mudanças priorizam uma agência “mais enxuta”, com foco em levar humanos a Marte, mas cientistas alertam para perdas significativas na capacidade de pesquisa climática e previsão meteorológica. Missões essenciais, como os satélites Aqua, Aura e Terra, que monitoram mudanças ambientais há décadas, seriam desativadas sem substituição. Além disso, instrumentos como os Observatórios de Carbono em Órbita (OCOs) e o Sage III, que medem gases atmosféricos, estão na lista de cortes.
Especialistas, como o ex-diretor de ciência da NASA Alan Stern, classificam a proposta como um “erro trágico” que pode custar bilhões em prejuízos científicos e tecnológicos. A comunidade científica está se mobilizando para pressionar o Congresso a rejeitar os cortes, enquanto o indicado para administrar a agência, Jared Isaacman, promete defender investimentos em ciência espacial. A decisão final dependerá da votação no Senado, que pode ocorrer nas próximas semanas.