Moradores do bairro de Tapanã, em Belém, manifestam descontentamento com as obras vinculadas à COP30, que não atendem às necessidades locais de infraestrutura. O igarapé Mata Fome, agora um esgoto a céu aberto, simboliza a carência crônica de saneamento básico na região. Embora o governo do Pará afirme que mais de 500 mil pessoas serão beneficiadas, apenas 40 mil terão acesso à coleta de esgoto, o que representa 3% da população. Especialistas ressaltam que saneamento básico envolve não apenas água tratada, mas também tratamento de esgoto, coleta de lixo e drenagem adequada.
Autoridades destacam que as intervenções estão sendo realizadas em etapas, com prioridade para áreas populosas. No entanto, comunidades carentes continuam sem melhorias significativas, enquanto regiões já estruturadas recebem mais investimentos. Doenças como sarna são frequentes devido às condições sanitárias precárias, conforme relatado por moradores. Apesar de avanços pontuais, como obras na Avenida Cipriano Santos, a desigualdade na distribuição dos recursos gera insatisfação.
Atrasos em projetos críticos, como os de macrodrenagem em Benguí e Marambaia, aumentam a preocupação com alagamentos e a eficácia das ações. O debate persiste sobre como conciliar os preparativos para a COP30 com as demandas urgentes de infraestrutura local. A situação evidencia a necessidade de priorizar áreas vulneráveis para garantir melhorias reais na qualidade de vida da população.