Uma mulher acusada de matar o companheiro e ocultar o corpo em um freezer em Santa Catarina foi presa preventivamente dois anos após o crime. A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi cumprida no último sábado (31), após recursos do Ministério Público. A defesa afirma que ela cumpriu todas as medidas cautelares durante o período em que esteve em liberdade, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, e que não representava risco à sociedade.
O caso ocorreu em Lacerdópolis, onde o corpo da vítima foi encontrado após cinco dias de desaparecimento. Segundo a denúncia, a acusada teria dopado o marido, amarrado seus membros e o asfixiado com uma sacola. A defesa, no entanto, sustenta que o ato foi motivado por anos de violência doméstica, incluindo agressões físicas, psicológicas e financeiras. A mulher havia se entregado à polícia após o crime e, na época, apresentava lesões que indicavam possível luta corporal.
O processo segue em segredo de Justiça, e a acusada aguarda julgamento pelo tribunal do júri, respondendo por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. A defesa anunciou que recorrerá da decisão de prisão, argumentando que a medida ignora seu histórico de cumprimento das regras e seu contexto como vítima de violência. O caso reacende debates sobre a aplicação de prisões preventivas e a proteção de mulheres em situações de vulnerabilidade.