A agricultura no Estado de São Paulo, tradicionalmente diversificada e produtiva, enfrenta desafios crescentes devido às mudanças climáticas. Eventos extremos, como secas prolongadas e ondas de calor, já afetam culturas como milho, soja e café arábica, com projeções do IPCC indicando quedas de até 30% na produtividade até 2050. Enquanto a cana-de-açúcar pode se beneficiar parcialmente do aumento das temperaturas, estresses hídricos e pragas limitam seus ganhos. O ano de 2024, o mais quente desde 1961, evidenciou esses impactos, com irregularidades climáticas prejudicando safras e confirmando alertas científicos.
Especialistas destacam a urgência de medidas adaptativas, como o zoneamento agrícola de risco climático e o uso de cultivares resistentes, aliados a sistemas integrados de produção. No entanto, críticas apontam a falta de políticas efetivas no Brasil, com desmatamento e emissões de gases de efeito estufa ainda em alta. O cenário para as próximas décadas é preocupante, com riscos não apenas para a agricultura, mas também para a biodiversidade e comunidades costeiras, que podem sofrer com o aumento do nível do mar.
A implementação de práticas sustentáveis, como a redução do desperdício de alimentos e a gestão eficiente de recursos hídricos, é essencial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Relatórios internacionais reforçam a necessidade de ações globais coordenadas, incluindo a preservação de biomas e florestas. Enquanto soluções técnicas existem, a falta de vontade política e de investimentos em adaptação ameaça agravar a crise, colocando em risco a segurança alimentar e a sustentabilidade no longo prazo.