Há exatos 62 anos, em 3 de junho de 1963, a morte do papa João XXIII cancelou um show em Apucarana, no norte do Paraná. Esse episódio inspirou Benedito Seviero a compor ‘Boate Azul’, que se tornaria um dos maiores clássicos da música sertaneja. A canção, escrita na mesma noite, só foi gravada na década de 1980 pelo trio Amantes do Luar, após ser censurada durante a ditadura militar por sua letra melancólica e ambientada em uma casa noturna.
Originalmente composta para a dupla Zilo e Zalo, ‘Boate Azul’ ganhou popularidade nacional em 1985 na voz de Joaquim & Manuel, rendendo à dupla um disco de ouro. Segundo o Dicionário Cravo Albin, a música já foi regravada mais de mil vezes em cerca de 80 idiomas, conquistando países da América Latina, Europa e América do Norte. Artistas como Bruno & Marrone, César Menotti & Fabiano e Reginaldo Rossi estão entre os que reinterpretaram o sucesso.
Para o músico e humorista Paulo Pezak, ‘Boate Azul’ é uma ‘unanimidade nacional’, presente em bailes, festas e karaokês. Ele brinca que a música é tão requisitada que costuma ser tocada duas vezes na mesma noite: ‘Tem o pedido do cara sóbrio e depois do mesmo cara bêbado’. A canção, que ultrapassou gerações e estilos, continua sendo um marco da cultura musical brasileira.