O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (17) a realização de uma acareação entre o general da reserva Walter Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida foi solicitada pela defesa do general, que busca esclarecer supostas contradições nas declarações de Cid, conforme informações do processo.
A decisão do ministro marcou o encontro entre os dois para o próximo dia 24 de junho. Braga Netto está preso preventivamente desde dezembro de 2023 e responde como um dos 31 réus por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Cid, por sua vez, firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal e se tornou uma das principais fontes da investigação.
A defesa de Braga Netto aponta divergências nas versões de Cid sobre dois pontos: a existência de uma reunião na casa do general para discutir o plano “Punhal Verde Amarelo” — que, segundo investigadores, previa atentados contra autoridades — e um suposto repasse de recursos para financiar ações golpistas. Os advogados alegam que Cid apresentou “diferentes versões” e não forneceu provas que corroborem suas declarações. A acareação, segundo a defesa, visa “dirimir as contradições” e assegurar o direito à ampla defesa.