O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, apresentou a formação de seu novo governo ao presidente Marcelo Rebelo de Sousa nesta quarta-feira (4). Apesar de sua coligação, a Aliança Democrática (AD), não ter alcançado maioria funcional no Parlamento, Montenegro optou por não incluir nomes da oposição, incluindo o partido de extrema direita Chega, que cresceu nas eleições. Quatro ministros deixaram o governo, três novos nomes foram anunciados e houve uma remodelação ministerial, com a criação do Ministério Adjunto e da Reforma do Estado, sob comando de Gonçalo Saraiva Matias.
A AD conquistou 91 dos 230 assentos no Parlamento, ficando longe da maioria absoluta. Montenegro recusou-se a fazer acordos com o Chega, que obteve 60 cadeiras, superando o Partido Socialista (PS), que teve seu pior desempenho em décadas. O primeiro-ministro foi nomeado em 29 de maio após eleições antecipadas, convocadas após uma moção de confiança fracassada em março, que questionou sua integridade devido a negócios familiares.
Analistas acreditam que a posição enfraquecida do PS pode levar a uma oposição mais conciliadora, reduzindo o risco de paralisia legislativa. O próximo grande teste do governo será o orçamento de 2026, mas novas eleições parlamentares só poderão ser convocadas após a eleição presidencial de janeiro de 2025. Apesar da fragmentação, o cenário político parece estável no médio prazo.