Quase cinco meses após a morte do soldado Wenderson Nunes Otávio, de 19 anos, dentro de um alojamento do 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista no Rio de Janeiro, as circunstâncias do caso continuam sem explicação. A família contesta a versão inicial de suicídio apresentada pelo comando militar, alegando que o jovem estava feliz e sem motivos para tal ato. O incidente ocorreu em janeiro de 2025, quando colegas relataram ter ouvido um tiro e encontraram o soldado ferido, com uma arma próxima ao corpo.
O inquérito policial militar apontou que o disparo foi feito a mais de um metro de distância e de cima para baixo, descartando a hipótese de suicídio, segundo análise de um legista consultado. A perícia não encontrou vestígios de pólvora nas mãos do soldado ou dos colegas, e o DNA na arma incluiu perfis genéticos de três testemunhas. A investigação também revelou falhas no protocolo de armazenamento de armas no alojamento, levantando dúvidas sobre como a pistola teria sido acessada.
O Exército afirmou que mantém contato com a família e que o caso segue em segredo de justiça, sob responsabilidade do Ministério Público Militar. Enquanto isso, os parentes buscam respostas, insistindo na impossibilidade de o jovem ter cometido suicídio. O legista reforçou que as evidências técnicas não sustentam a versão inicial, deixando o caso envolto em mistério e exigindo apuração mais aprofundada.