Durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), um ex-comandante do Exército foi interpelado pelo ministro Alexandre de Moraes por apresentar versões diferentes sobre sua participação em investigações relacionadas a um suposto plano golpista em 2022. O ministro destacou inconsistências entre as declarações prestadas à Polícia Federal e as feitas no tribunal, solicitando que o depoente fosse claro sobre os fatos. A gravação do depoimento foi divulgada após o término da fase de oitivas no processo.
O ex-comandante afirmou que, em reunião no Palácio da Alvorada em dezembro de 2022, foi apresentado um documento com justificativas jurídicas para medidas excepcionais, como intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e anulação das eleições. Segundo ele, os chefes militares presentes não se manifestaram contrariamente na ocasião, aguardando análises posteriores. No entanto, em outro encontro, o depoente disse ter se posicionado contra qualquer medida que ameaçasse a democracia, destacando a necessidade de considerar aspectos legais e institucionais.
A investigação da Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontam o ex-comandante como figura-chave para o não avanço do suposto plano. Contudo, em seu depoimento, ele minimizou sua atuação, afirmando que apenas orientou sobre as consequências jurídicas e políticas de eventuais medidas. O caso segue em análise no STF, com expectativa de novos desdobramentos.