O ministro Edson Fachin, prestes a assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal, defendeu os custos associados ao Judiciário durante um evento nesta segunda-feira (23), no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), onde recebeu o Colar do Mérito Judiciário. Em resposta às críticas frequentes sobre os ‘penduricalhos’ que elevam os salários da elite judiciária acima do teto constitucional, Fachin enfatizou que os gastos do setor, embora altos, representam apenas ‘uma parte da história’. Este pronunciamento ocorreu na presença de figuras notáveis como o governador Tarcísio de Freitas e membros do judiciário, estabelecendo um cenário para uma discussão mais profunda sobre a eficiência e custos do sistema.
Fachin elaborou que o judiciário brasileiro, com cerca de 18 mil juízes e 280 mil servidores, administra aproximadamente 84 milhões de processos, o que justifica os altos custos operacionais. Segundo ele, esses números não apenas sublinham a magnitude da operação, mas também ocultam as ineficiências que prolongam os processos e afetam negativamente os credores e consumidores. Este argumento busca recontextualizar o debate sobre os custos judiciários, frequentemente visto apenas sob a ótica do impacto fiscal, sem considerar os benefícios sociais e a necessidade de uma justiça acessível e eficiente. Autoridades presentes no evento, incluindo o governador de São Paulo, não comentaram imediatamente, mas o contexto sugere uma reflexão sobre como melhorar a eficiência sem comprometer a justiça.
A defesa de Fachin abre um caminho para discussões futuras sobre reformas no judiciário que equilibrem custo e eficiência, uma questão que ultrapassa a esfera judicial e toca na gestão pública como um todo. Estas declarações podem incitar uma maior transparência e revisões de políticas, visando não apenas a economia de recursos, mas também a melhoria dos serviços judiciários. O debate sobre o custo da justiça e sua eficácia é um reflexo de um problema maior de como os serviços públicos são percebidos e valorizados pela sociedade, deixando a população e o governo com muito a ponderar sobre as próximas etapas para a modernização e reforma do sistema judicial brasileiro.