O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por 60 dias a Operação Sisamnes, que investiga uma suposta rede de venda de sentenças e vazamento de dados sigilosos em tribunais estaduais e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão, tomada no dia 9, atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou indícios de envolvimento de agentes públicos e políticos com foro privilegiado. Zanin também assumiu a relatoria da Operação Maximus, que apura corrupção no Tribunal de Justiça do Tocantins, citando conexões probatórias entre os casos.
A investigação recuperou diálogos entre o prefeito de Palmas, José Eduardo Siqueira Campos (Podemos), e o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa. As conversas, obtidas pela Polícia Federal, sugerem vazamento de informações sigilosas do STJ, incluindo detalhes sobre a Operação Maximus antes de sua deflagração. Ambos negam envolvimento em irregularidades, mas Thiago segue preso preventivamente, com a Justiça destacando a gravidade das acusações e sua influência no STJ.
Zanin rejeitou um pedido de liberdade para Thiago, afirmando que não há novos argumentos para revisar a decisão de mantê-lo preso. O ministro ressaltou que o advogado não cumpria os requisitos para ser recolhido em sala de Estado Maior, já que atuava como assessor do Ministério Público estadual no momento da prisão. A defesa de Thiago contesta a custódia, sugerindo medidas alternativas, como monitoramento eletrônico.