O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira, 17, acareações entre o tenente-coronel Mauro Cid e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, na ação penal sobre o suposto plano golpista. Cid, que é delator, alega ter recebido dinheiro de Braga Netto, enquanto o general nega as acusações e afirma que o militar mentiu em seus depoimentos. Outra acareação envolverá o general Marco Antônio Freire Gomes e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, com versões divergentes sobre reuniões relacionadas ao caso.
Na mesma decisão, Moraes rejeitou um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para anular o acordo de colaboração premiada de Mauro Cid, classificando-o como ‘impertinente’. A defesa argumentou que Cid quebrou o sigilo da delação ao supostamente usar um perfil fake no Instagram para vazar informações, o que ele nega. O ministro afirmou que a validade da delação será analisada posteriormente, no momento processual adequado.
O ministro também determinou que a Google identifique quem vazou uma minuta golpista que previa a anulação das eleições de 2022. Anderson Torres, réu no processo, negou autoria do documento. O caso segue na fase de produção de provas complementares, uma das últimas etapas antes do julgamento. Moraes destacou que apenas diligências ‘imprescindíveis’ foram autorizadas.