O miliciano Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, permanecerá em um presídio federal de segurança máxima em Brasília, conforme decisão do Juízo da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio de Janeiro. A determinação foi anunciada pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco) após a entrega de Zinho à Polícia Federal em 24 de dezembro de 2023. Antes de se entregar, ele ficou foragido por cinco anos, durante os quais comandou uma série de ações violentas que culminaram na queima de mais de 30 ônibus na zona oeste da capital fluminense, evidenciando a gravidade de sua atuação criminosa e seu impacto na segurança pública. Com a decisão, o judiciário busca garantir que Zinho, um dos milicianos mais procurados do estado, não represente mais uma ameaça ao sistema carcerário e à sociedade.
Zinho, que possui 23 anotações criminais, enfrenta diversas acusações, incluindo homicídio, extorsão e organização criminosa. Sua transferência para um presídio federal em fevereiro de 2024, a pedido do MPRJ, foi justificada por sua periculosidade e pelo risco que sua presença representava para o sistema penitenciário estadual. Especialistas em segurança pública, como o criminólogo Carlos Alberto, alertam que a presença de líderes de milícias em presídios comuns pode fortalecer a organização criminosa, uma vez que eles conseguem articular ações mesmo dentro das unidades. A decisão judicial reflete uma estratégia mais ampla para desmantelar essas organizações criminosas e proteger a população, uma vez que milícias têm se tornado uma ameaça crescente em várias regiões do Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, onde a violência e a corrupção estão interligadas.
As implicações dessa decisão se estendem além do caso de Zinho. O fortalecimento das medidas de segurança no sistema penitenciário federal pode sinalizar um novo direcionamento nas políticas de combate ao crime organizado no Brasil. A luta contra as milícias é um desafio complexo que envolve não apenas ações policiais, mas também a necessidade de políticas sociais que abordem as causas da criminalidade. Com a permanência de Zinho em um presídio de segurança máxima, o governo busca impedir que ele continue a exercer influência sobre suas operações criminosas. Entretanto, a pergunta que permanece é como o estado irá lidar com a raiz do problema, uma vez que a presença de milícias nas comunidades é frequentemente alimentada por fatores sociais e econômicos que demandam atenção urgente e eficaz.