O México realizou neste domingo (1º) sua primeira eleição popular para escolha de juízes, incluindo ministros da Suprema Corte e magistrados de primeira instância. A medida, parte de uma reforma constitucional proposta pelo governo, foi defendida como um avanço no combate à corrupção no Judiciário. No entanto, o pleito foi marcado por baixa participação, com relatos de menos de 10% de comparecimento em algumas regiões, e críticas sobre a falta de informações claras sobre os candidatos.
Especialistas e parte da população expressaram preocupações quanto à possível perda de independência do Judiciário, com receios de influência política e até do crime organizado. A oposição classificou a mudança como uma tentativa de controle do Executivo sobre o sistema judicial, enquanto o governo argumentou que a eleição direta aumenta a transparência e o escrutínio público. A atual presidente defendeu a iniciativa como um mecanismo contra a impunidade, rejeitando acusações de benefício ao partido governista.
O Instituto Nacional Eleitoral destacou o desafio logístico do processo, estimando uma participação entre 13% e 20% do eleitorado. Com cerca de 2.680 cargos em disputa, a eleição também marcou o retorno do ex-presidente à cena pública, após meses afastado. A ONU alertou para riscos na escolha baseada em mérito, enquanto observadores temem que o novo modelo possa abrir espaço para infiltrações indesejadas no sistema de Justiça. Em 2027, outros 4 mil cargos devem passar por processo semelhante.