A meta internacional de proteger 30% dos oceanos até 2030, estabelecida no Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, enfrenta obstáculos consideráveis. Atualmente, apenas 8,36% das áreas marinhas estão oficialmente protegidas, e menos de 10% dessas regiões possuem medidas efetivas de conservação. Especialistas alertam que muitas áreas marinhas protegidas (AMPs) permitem atividades como pesca, comprometendo sua eficácia.
Estudos destacam que AMPs bem geridas podem gerar benefícios significativos, como o efeito “spillover”, em que peixes se reproduzem e repovoam áreas vizinhas. No entanto, apenas 2,7% dos oceanos têm proteção rigorosa, muitas vezes em regiões remotas. Na Europa, por exemplo, 90% das AMPs ainda permitem pesca de arrasto, prática criticada por danos ao ecossistema marinho.
Relatórios recentes mostram que a falta de planos de gestão concretos e a pressão de atividades humanas ameaçam o cumprimento da meta. Organizações como a Oceana e o WWF defendem medidas mais rígidas, como a proibição da pesca de arrasto em AMPs. Sem ações urgentes, especialistas temem que essas áreas continuem sendo apenas “pontos no mapa”, sem impactos reais na preservação dos oceanos.