Há 55 anos, a Copa do Mundo de 1970 transformou a rotina dos brasileiros, que se mobilizaram para acompanhar os jogos em um momento em que a televisão ainda era um artigo de luxo. Com apenas 4 milhões de aparelhos para uma população de 90 milhões, as pessoas se reuniam em casas de familiares, lojas de eletrodomésticos e até em espaços públicos equipados com alto-falantes. Escolas e universidades chegaram a ajustar seus horários para permitir que alunos e professores não perdessem as transmissões ao vivo, uma novidade na época.
A expectativa era palpável antes da estreia da seleção brasileira, com pesquisas de opinião revelando que até quem não gostava de futebol acabava envolvido pelo clima do torneio. Relatos da época mostravam pessoas sendo “convencidas” por familiares a assistir aos jogos, enquanto outros, como trabalhadores de serviços essenciais, lamentavam não poder acompanhar. A maioria dos entrevistados apostava no Brasil, refletindo a confiança em um time que mais tarde se consagraria como tricampeão.
A estreia do Brasil, comandado por Zagallo, foi contra a Tchecoslováquia, com um time histórico que incluía nomes como Pelé, Rivellino e Carlos Alberto Torres. A cobertura jornalística da época capturou não apenas os lances em campo, mas também como o país parou para celebrar o futebol, um legado que permanece vivo nas memórias dos torcedores até hoje.