A mediana das expectativas para o IPCA em 2025, segundo o relatório Focus, caiu de 5,50% para 5,46%, ficando menos de um ponto percentual acima do teto da meta, estabelecido em 4,50%. Quando consideradas apenas as 55 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a projeção recuou ainda mais, para 5,42%. Já para 2026, a mediana se manteve em 4,50% pela terceira semana seguida, colada ao limite superior da meta, após um mês em 4,51%.
O Banco Central projeta um IPCA de 4,8% em 2025 e 3,6% em 2026, conforme a trajetória divulgada após a última reunião do Copom. O comitê elevou a Selic em 0,5 ponto percentual em maio, chegando a 14,75% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006. Desde o início do ciclo de aperto monetário, em setembro do ano passado, a taxa básica de juros acumula alta de 4,25 pontos.
A meta de inflação, que passou a ser contínua este ano, tem centro em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou menos. Caso o IPCA fique fora desse intervalo por seis meses consecutivos, configura-se o descumprimento da meta pelo BC. Enquanto a projeção para 2027 permaneceu em 4,0% pela 15ª semana seguida, a estimativa para 2028 subiu de 3,81% para 3,85%, refletindo pressões persistentes no horizonte de longo prazo.