Mais de 2 mil crianças foram registradas apenas com o nome da mãe nas certidões de nascimento em Bauru e Marília, no interior de São Paulo, desde 2020, segundo dados dos Cartórios de Registro Civil divulgados nesta semana. Somente em 2023, mais de 400 recém-nascidos tiveram registros sem a identificação paterna nas duas cidades.
Especialistas apontam que, embora muitos casos estejam relacionados à ausência paterna no convívio familiar, parte dos registros reflete mudanças na dinâmica familiar contemporânea, incluindo casos de crianças com duas mães. Os dados mostram um aumento progressivo desse tipo de registro nos últimos quatro anos.
Em Bauru, a situação é mais expressiva, com cerca de 60% dos casos totais da região. As varas de família locais destacam que a ausência do nome paterno pode gerar implicações jurídicas futuras, embora a legislação brasileira permita tanto o registro unilateral materno quanto a posterior inclusão do pai mediante reconhecimento de paternidade.