O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não sancionou nem vetou a proposta que estabelece o dia 12 de abril como a data de “Celebração da Amizade Brasil-Israel”, deixando para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), a responsabilidade de promulgar a lei. O prazo constitucional de 15 dias para decisão terminou no último dia 18, sem manifestação do presidente. A ausência de uma posição clara do Planalto ocorre em um momento de críticas de Lula às ações militares israelenses, o que levanta questionamentos sobre as razões de sua decisão. O envio do ofício ao Senado foi formalizado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, nesta segunda-feira (23), mas o Planalto não esclareceu o motivo da escolha do presidente.
A decisão de Lula em não se manifestar sobre o projeto tem implicações políticas significativas, considerando seu histórico de críticas à política externa de Israel. Historicamente, o Brasil mantém uma relação diplomática com Israel, mas a postura do presidente pode sinalizar um reposicionamento estratégico. Alguns analistas sugerem que a decisão de não sancionar ou vetar pode refletir o desejo de Lula de não se comprometer diretamente em um tema sensível, que envolve questões de diplomacia e política interna. Segundo fontes do governo, a posição silenciosa de Lula poderia evitar desagradar os parceiros políticos progressistas, ao mesmo tempo em que não rompe com a tradição diplomática brasileira. No entanto, isso gera incertezas sobre as futuras ações do governo em relação à Israel.
No horizonte, a promulgação pelo Senado pode ser vista como um sinal de que as relações institucionais entre os países continuarão, apesar das tensões em torno das decisões de política externa de Lula. Especialistas apontam que a decisão pode influenciar a percepção internacional sobre a política externa brasileira, especialmente em um cenário global onde alianças e posições diplomáticas são constantemente reavaliadas. A continuidade do diálogo entre Brasil e Israel dependerá das próximas ações do governo e do Congresso Nacional. O episódio também levanta questões sobre como o Brasil equilibra suas relações internacionais com demandas políticas internas, deixando uma reflexão sobre a complexidade da diplomacia em tempos de polarização política e mudanças geopolíticas.