A Loft, uma das principais plataformas de imóveis do Brasil, anunciou uma parceria com o Banco Inter para oferecer financiamento imobiliário através de seu aplicativo. O acordo, que visa atender uma rede de 10 mil imobiliárias parceiras em todos os estados do país, representa um marco na expansão da Loft no mercado de crédito. Em 2024, a empresa alcançou R$ 11,6 bilhões em originações, um crescimento impressionante de 90% em relação ao ano anterior, destacando sua crescente influência no setor. Esta colaboração se insere em um cenário onde a digitalização dos serviços financeiros tem ganhado força, refletindo uma mudança significativa na forma como os consumidores buscam e acessam crédito imobiliário.
Para entender a magnitude dessa parceria, é fundamental considerar o contexto do mercado imobiliário brasileiro, que tem visto uma mudança na dinâmica de financiamento. O Banco Inter, por exemplo, utiliza o IPCA como indexador, enquanto outras instituições financeiras parceiras, como Bradesco e Itaú, operam com a TR. Essa diversificação de opções é crucial para atender às diferentes necessidades dos clientes, especialmente em um ambiente econômico volátil. Segundo Talles Dantas, diretor de crédito imobiliário da Loft, a estratégia de colaboração com imobiliárias se assemelha ao modelo de vendas de crédito em concessionárias de veículos, o que potencializa a distribuição de crédito habitacional. Flávio Queijo, do Banco Inter, complementa que a parceria almeja aumentar a carteira de crédito da instituição, que já cresceu 7% no primeiro trimestre de 2024, evidenciando a relevância desse movimento para ambas as partes.
Com a crescente colaboração entre plataformas digitais e instituições financeiras, a tendência é que outras empresas sigam o exemplo da Loft e do Banco Inter, ampliando a oferta de serviços e produtos financeiros no setor imobiliário. À medida que mais imobiliárias se tornam canais de distribuição de crédito, o acesso à compra de imóveis pode se democratizar, especialmente entre os jovens e primeiros compradores. Contudo, é necessário acompanhar como essa mudança afetará a competitividade no mercado e as condições de financiamento a longo prazo. A reflexão que surge é: como as inovações financeiras continuarão a moldar o futuro do mercado imobiliário no Brasil, e quais serão os desafios que surgirão nessa nova era de digitalização e acesso facilitado ao crédito?