Uma proposta do Banco Central para limitar as taxas de intercâmbio em compras com cartão de crédito pode beneficiar o Mercado Livre, segundo análise do Itaú BBA. A medida, que está em consulta pública, reduziria os custos das transações no varejo, impactando positivamente as operações do Mercado Pago no Brasil. Caso a regulação avance, a empresa seria afetada em três frentes: como emissor de cartões, como vendedor em sua plataforma e como adquirente de pagamentos, com efeito líquido inicial favorável aos lucros.
Os analistas projetam que a redução nas taxas de intercâmbio, de 1,6% para 1,1%, pode aumentar os ganhos do Mercado Livre em até 5%, especialmente antes que os benefícios sejam repassados integralmente aos clientes. A empresa tem vantagem competitiva devido à sua estrutura integrada, que combina marketplace, sistema de pagamentos e crédito próprio, diferenciando-se de concorrentes como a Amazon. Com participação relevante no mercado de adquirência, o Mercado Pago movimenta cerca de US$ 56 bilhões anuais fora de sua plataforma.
Apesar de a regulamentação ainda estar em discussão, o mercado já antecipa impactos positivos para o Mercado Livre. O Itaú BBA mantém uma perspectiva otimista, com preço-alvo de US$ 3.133 para as ações até o fim do ano, destacando que a empresa está bem posicionada para se adaptar às mudanças. A análise ressalta que a redução de custos deve superar eventuais perdas na receita com emissão de cartões, reforçando o potencial de crescimento da companhia no setor de pagamentos brasileiro.