A justiça climática, bandeira de ativistas socioambientais, permanece pouco difundida no mercado financeiro e raramente considerada em investimentos de impacto – segmento que movimenta US$ 1,5 trilhão globalmente, conforme dados da rede GIIN. No Brasil, apenas duas gestoras de recursos adotam o tema como critério de investimento, enfrentando desafios para sua implementação.
Um levantamento do Laboratório de Inovação em Justiça Climática, publicado no Relatório Inovações em Justiça Climática da Climate Ventures, mapeou 374 instituições dedicadas ao financiamento climático nas Américas. Dentre estas, apenas 12 mencionam explicitamente a justiça climática como princípio norteador para alocação de recursos. O cenário se mostra ainda mais restrito quando analisado o mercado brasileiro.
O relatório destaca a discrepância entre o volume de recursos do setor e a adoção de critérios de justiça climática, apontando para a necessidade de maior integração entre finanças sustentáveis e equidade socioambiental. Especialistas alertam que a falta de diretrizes claras e métricas consolidadas dificulta a incorporação do tema nas estratégias de investimento.