A cada oito dias, um idoso com 60 anos ou mais é assassinado por um familiar cuidador no Japão, segundo pesquisa da professora Etsuko Yuhara, especialista em bem-estar social da Universidade Nihon Fukushi. O fenômeno, denominado ‘care killing’, reflete a pressão sobre cuidadores em um país com população envelhecida e falta de suporte institucional.
O estudo, baseado na análise de reportagens de 38 jornais desde 1996, identificou 443 mortes em 437 casos ao longo de uma década. Yuhara alerta que o número real pode ser ainda maior, já que a pesquisa não incluiu situações não fatais. Os dados revelam um padrão de violência doméstica associado ao esgotamento físico e emocional dos responsáveis por idosos dependentes.
A especialista analisou especificamente homicídios seguidos de suicídio e crimes contra maiores de 60 anos que necessitavam de cuidados contínuos. O levantamento evidencia uma crise social no Japão, onde 29% da população tem mais de 65 anos e muitos familiares assumem a responsabilidade de cuidar dos idosos sem apoio adequado.