A embaixada de Israel em Brasília emitiu um comunicado na noite de segunda-feira (2) afirmando que autoridades globais estariam “comprando mentiras” do Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza. O texto, que não citou nominalmente o presidente brasileiro, foi divulgado após declarações recentes que criticaram as operações militares israelenses na região. A representação diplomática destacou que Israel age para evitar danos a civis e facilita a entrada de ajuda humanitária, acusando o Hamas de usar a população como “escudo humano” e disseminar desinformação para influenciar a opinião pública.
Em resposta, o presidente brasileiro reiterou suas críticas, classificando as ações de Israel como “genocídio” e acusando o governo israelense de vitimismo. Ele afirmou que a maioria dos judeus não apoia a guerra e que a ofensiva seria uma forma de impedir a criação de um Estado palestino. As declarações acirraram a tensão diplomática entre os dois países, que já enfrentam divergências desde o início do atual mandato presidencial no Brasil.
A crise resultou na retirada do embaixador brasileiro em Israel e na declaração do presidente como “persona non grata” pelo governo israelense. Além disso, a embaixada de Israel no Brasil pode ficar sem um representante de alto escalão nos próximos meses, devido à não aprovação do nome indicado para substituir o atual embaixador, que se aposentará em breve. O impasse reflete o aprofundamento das divergências entre os dois países sobre o conflito em Gaza.