O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou um ataque contra instalações nucleares no Irã na semana passada, alegando que o programa atômico iraniano tem fins militares. O presidente dos EUA, Donald Trump, principal aliado de Israel, declarou que o Irã ‘não pode ter uma arma nuclear’, enquanto o chanceler alemão, Friedrich Merz, referiu-se à ação israelense como ‘o trabalho sujo que Israel está fazendo por nós’. O Irã nega as acusações e acusa o Ocidente de hipocrisia, citando o arsenal nuclear não declarado de Israel.
Estimativas indicam que Israel possui cerca de 90 ogivas nucleares, com capacidade para produzir mais 200, além de uma tríade nuclear operacional, incluindo mísseis balísticos, submarinos e aeronaves. A política de ‘ambiguidade deliberada’ israelense nunca confirmou nem negou a posse de armas atômicas, embora documentos e relatos de dissidentes sugiram sua existência desde os anos 1960. A central nuclear de Dimona, construída com apoio francês, é apontada como o centro do programa.
Em 1973, durante a Guerra do Yom Kippur, Israel quase utilizou armas nucleares contra forças árabes, segundo relatos de membros do governo da época. Atualmente, o país não é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, diferentemente do Irã, e inspeções internacionais nunca foram permitidas em Dimona. Um relatório recente sugere a possível construção de um reator para produção de plutônio no local, aumentando as preocupações sobre a escalada do conflito atual.