O Irã está considerando suspender sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) após uma série de ataques dos Estados Unidos, segundo informou o presidente do Parlamento iraniano, Mohammad Bagher Ghalibaf. Em uma declaração feita em sua conta na rede social X, Ghalibaf acusou a AIEA de falta de objetividade e profissionalismo, salientando que os parlamentares estão trabalhando para aprovar um projeto de lei que interromperia a colaboração com a agência. Essa proposta surge em um momento crítico, já que a AIEA recentemente censurou o Irã pela primeira vez em duas décadas, citando preocupações com a falta de transparência em suas atividades nucleares. A decisão do Parlamento iraniano ainda precisa da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.
A censura da AIEA se baseia em avaliações que indicam que o Irã possui estoques significativos de material nuclear que poderiam ser utilizados para a fabricação de armas atômicas, uma revelação que intensificou as tensões internacionais. A proposta de suspensão da cooperação é vista como uma resposta direta não apenas à censura, mas também aos recentes ataques dos EUA, que aumentaram a pressão sobre Teerã. Além disso, o Parlamento iraniano ameaçou fechar o estratégico Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial, como parte de suas medidas de retaliação. Especialistas advertem que essas ações podem agravar ainda mais o cenário de instabilidade na região, com impactos significativos nos mercados globais de energia e na segurança regional.
As potenciais implicações de uma suspensão da cooperação com a AIEA são vastas, podendo desencadear novas sanções internacionais e isolar ainda mais o Irã no cenário global. Observadores preveem que essa decisão, se concretizada, poderá marcar um ponto de inflexão nas relações entre o Irã e o Ocidente, especialmente em um momento em que negociações sobre o programa nuclear iraniano permanecem em um impasse. Ademais, o fechamento do Estreito de Ormuz, se efetivado, poderia provocar uma crise energética global, levando a um aumento nos preços do petróleo e afetando economias ao redor do mundo. Enquanto o mundo aguarda o próximo passo do Irã, a situação serve como um lembrete das complexas dinâmicas geopolíticas que permeiam a questão nuclear e a segurança no Oriente Médio.