O governo do Irã acusou os Estados Unidos de serem cúmplices nos ataques de Israel e suspendeu as negociações sobre o programa nuclear previstas para este domingo (15/6) em Omã. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baqaei, afirmou que não há sentido em dialogar com Washington, que teria apoiado a agressão israelense contra instalações nucleares do Irã. O ministro Seyyed Abbas Araghchi reforçou a posição, alegando possuir evidências de que bases americanas na região auxiliaram os ataques.
Em coletiva de imprensa, Araghchi criticou as mensagens privadas dos EUA negando envolvimento, exigindo uma condenação pública ao ataque. O presidente Donald Trump, que elogiou a ação israelense na sexta-feira (11/6), declarou em redes sociais estar trabalhando por um acordo de paz entre os países. Analistas, como Robinson Farinazzo, avaliam que os ataques minaram a confiança entre as partes e podem levar a uma escalada nuclear no Oriente Médio.
O Irã insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos e afirma ter cooperado com inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ao contrário de Israel, que não assinou o Tratado de Não Proliferação. Especialistas questionam as alegações israelenses sobre o risco de armas nucleares iranianas, enquanto o professor Mohammed Nadir, da UFABC, critica a influência política sobre a AIEA. A crise pode impactar futuras negociações e a estabilidade regional.