O processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada para manter um ex-presidente no poder entra em nova fase no Supremo Tribunal Federal (STF). A partir da próxima semana, os réus, incluindo o ex-chefe do Executivo, serão interrogados pelo ministro relator do caso. Eles terão direito à autodefesa e poderão se manifestar sobre as acusações, que incluem contestação dos resultados eleitorais e mobilização de órgãos de segurança para interferir no pleito de 2022.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo teria articulado ações para impedir a posse do presidente eleito na época, incluindo pressão sobre militares e disseminação de discursos sobre supostas fraudes eleitorais. As investigações se basearam em delações premiadas e depoimentos de ex-comandantes das Forças Armadas, que confirmaram discussões sobre medidas antidemocráticas. Os interrogatórios seguirão ordem definida, começando pelo delator e prosseguindo por ordem alfabética entre os demais acusados.
Os depoimentos ocorrerão entre os dias 9 e 13 de junho, com possibilidade de questionamentos por parte do relator, da PGR e das defesas. Os réus podem optar por permanecer em silêncio, conforme previsto na Constituição. Após essa etapa, as partes terão 15 dias para apresentar alegações finais, com previsão de julgamento para o segundo semestre deste ano. O STF decidirá então pela absolvição ou condenação dos envolvidos.