Em uma recente série de encontros com investidores nos Estados Unidos, a XP Investimentos identificou um crescente interesse por ações brasileiras, particularmente em empresas que poderiam se beneficiar de uma futura redução nas taxas de juros domésticas. Entre as companhias mais mencionadas estavam Marcopolo (POMO4) e Randoncorp (RAPT4), destacando-se em discussões sobre a relação “risco x retorno”. Os encontros também revelaram que o Volume Médio Diário de Negociação (ADTV) de Marcopolo aumentou para entre R$ 90 e 100 milhões, o que elevou a atratividade desses papéis para investidores internacionais. O crescimento no interesse ocorre em um momento onde o Banco Central brasileiro sinaliza manutenção das taxas de juros até pelo menos 2026.
A XP Investimentos argumenta que, apesar das preocupações sobre Marcopolo possivelmente estar no auge do ciclo de ônibus no Brasil, o ambiente de juros ainda restritivo atua como um freio para qualquer pico de ciclo iminente. Essa visão é contrastada com a percepção de investidores locais já bem posicionados em POMO, enquanto há espaço para uma maior exposição por parte dos investidores estrangeiros. Em contrapartida, a Randoncorp foi avaliada como uma oportunidade de assimetria positiva, especialmente após a recente desvalorização de seus papéis. Estas análises surgem em um contexto onde os investidores continuam à espera de gatilhos concretos, como a efetivação de juros mais baixos e uma recuperação no mercado.
Olhando para o futuro, a tendência de aumento da participação de investidores internacionais em empresas brasileiras pode ser um indicativo de maior confiança no mercado local e na economia do país como um todo. Esta movimentação poderá ter implicações significativas para o mercado de capitais brasileiro, incluindo potenciais influxos de capital estrangeiro e aumento na liquidez de ações menos tradicionais. A longo prazo, esses desenvolvimentos poderão reconfigurar o panorama de investimentos em empresas brasileiras, oferecendo novas oportunidades e desafios. O cenário contribui para uma reflexão sobre como as taxas de juros e as políticas econômicas continuam a moldar as decisões de investimento em escala global.