O Brasil registra um aumento significativo na inadimplência empresarial e nos pedidos de recuperação judicial, com destaque para os pequenos e médios empreendedores. Segundo dados da FecomercioSP e Serasa Experian, 7,2 milhões de empresas estão inadimplentes, representando 31,6% dos negócios ativos. Desse total, 6,8 milhões são micro e pequenas empresas (MPEs), que acumulam débitos de R$ 141,6 bilhões. Em 2024, os pedidos de recuperação judicial cresceram 61,8%, atingindo o maior número desde 2006, com tendência de alta em 2025.
Entre os fatores que explicam o cenário estão os juros elevados (Selic em 14,75%), inflação persistente e restrição ao crédito. Especialistas apontam que a falta de gestão profissional e a dificuldade de integrar operações e finanças agravam a situação. O setor de serviços é o mais afetado, representando 52,8% dos inadimplentes, seguido pelo comércio (35%). A pandemia, instabilidade política e incertezas internacionais também contribuem para o quadro.
Embora a recuperação judicial seja uma opção para empresas em crise, especialistas recomendam avaliar alternativas como renegociação de dívidas e monitoramento rigoroso do fluxo de caixa. Cortar investimentos estratégicos pode piorar a situação, enquanto o acesso ao crédito permanece difícil para pequenos negócios. A educação financeira e mecanismos regulatórios mais eficazes são apontados como necessários para reverter o cenário.