Um estudo internacional revelou que a imunoterapia administrada antes e após cirurgias pode oferecer anos adicionais de vida a pacientes com câncer avançado de cabeça e pescoço. O ensaio clínico, o primeiro avanço significativo no tratamento desse tipo de tumor em duas décadas, mostrou que o medicamento pembrolizumabe ajuda o sistema imunológico a reconhecer e combater possíveis recidivas. Participaram da pesquisa mais de 350 pacientes, cujos resultados indicaram o dobro do tempo médio livre da doença, de 2,5 para cinco anos.
A abordagem foi particularmente eficaz em casos onde o câncer ainda não havia se espalhado pelo corpo. O tratamento, que treina o sistema imunológico para atacar células cancerígenas remanescentes, reduziu em 10% o risco de metástase após três anos. Especialistas destacam que a estratégia pode revolucionar o tratamento desses tumores, conhecidos por sua agressividade e baixas taxas de sobrevida em estágios avançados.
O estudo, apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, envolveu 192 hospitais em 24 países e foi financiado pela farmacêutica MSD. Com cerca de 12,8 mil novos casos diagnosticados anualmente no Reino Unido, a expectativa é que o tratamento seja incorporado ao sistema público de saúde britânico. Pacientes como uma mulher de 45 anos, que sobreviveu seis anos após um prognóstico sombrio, relatam que a terapia “devolveu suas vidas”, permitindo retomar atividades cotidianas.