O Ibovespa encerrou maio com alta de 1,45%, acumulando valorização de 9,4% no ano, impulsionado pela percepção de que o Brasil se beneficia das tensões comerciais globais e pela expectativa de fim do ciclo de alta da Selic. No entanto, analistas da XP projetam que junho pode ser um mês de correção para o índice, devido a fatores como a queda do prêmio de risco abaixo da média histórica, revisões para baixo nas estimativas de lucro das empresas e a dependência do mercado de investidores estrangeiros. Além disso, o Indicador de Sentimento XP atingiu o nível de “Otimismo Extremo”, sinalizando possível exaustão no curto prazo.
Apesar dos riscos imediatos, a visão estrutural para o Brasil permanece positiva, sustentada por cinco pilares: demografia favorável (população jovem e consumo em crescimento), exportação de alimentos, reformas estruturais (como previdência e privatizações), alta penetração digital (Pix e open finance) e atrativos de valor e renda. Setores como saúde, infraestrutura e tecnologia devem se beneficiar dessas tendências no longo prazo, mesmo com possíveis turbulências no cenário macroeconômico global.
O relatório destaca que, embora o mercado possa sofrer ajustes em junho, a tese de investimento no Brasil continua sólida, especialmente com a expectativa de redução da Selic nos próximos anos. A combinação de reformas, avanços tecnológicos e vantagens demográficas mantém o país como uma opção atrativa para investidores com horizonte de longo prazo, mesmo em meio a incertezas externas.