O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Belém, Pará, registrou oito captações de órgãos em apenas 20 dias, reforçando seu papel como referência em transplantes no estado. O resultado foi possível graças ao trabalho de equipes multiprofissionais, ao apoio da Secretaria de Saúde e, principalmente, à decisão de famílias que autorizaram as doações. Segundo especialistas, cada doação representa uma nova oportunidade de vida para pacientes em espera, transformando a dor em esperança.
O processo segue protocolos rigorosos, incluindo exames clínicos e confirmação de morte encefálica, coordenados pela Central Estadual de Transplantes. Entre 2022 e 2024, o Pará teve um crescimento de 130% em ações relacionadas a transplantes, com 1.512 procedimentos realizados. Apesar do avanço, desafios persistem: em 2024, apenas duas das 17 potenciais doações no HRAS foram efetivadas, com uma taxa de recusa familiar de 88,23%, reflexo de barreiras culturais e falta de informação.
Especialistas destacam que a resistência das famílias muitas vezes surge por desconhecimento sobre o desejo do falecido ou mitos em torno da doação. Questões religiosas também influenciam, mesmo que a maioria das crenças não se oponha à prática. Campanhas de conscientização têm sido intensificadas para mudar esse cenário, já que, nacionalmente, mais de 40% das doações em potencial são recusadas, afetando milhares de pacientes na fila de espera. A orientação é clara: conversar em família sobre o tema é fundamental para salvar vidas.