Há mais de 30 anos, Israel acusa o Irã de buscar desenvolver armas nucleares, classificando isso como um ‘perigo existencial’. O programa nuclear iraniano, iniciado na década de 1960 com apoio ocidental, sempre foi alvo de questionamentos por potências ocidentais, embora o Irã tenha se submetido a inspeções internacionais e assinado o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), ao contrário de Israel. Analistas consultados pela Agência Brasil sugerem que a atual guerra pode ter como objetivo enfraquecer o Irã para consolidar a hegemonia israelense na região.
Em 2012, o Irã aceitou uma proposta dos EUA, mediada pelo Brasil e pela Turquia, para controlar o enriquecimento de urânio, mas o acordo foi abandonado pelo então presidente Barack Obama. Em 2015, um novo pacto (JCPOA) foi firmado, limitando as atividades nucleares iranianas em troca do alívio de sanções, mas foi rompido unilateralmente pelos EUA em 2018. Recentemente, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou uma resolução crítica ao Irã, acusando-o de não cumprir suas obrigações, o que Teerã classificou como politicamente motivado.
Especialistas destacam que o programa nuclear iraniano tem raízes históricas e energéticas, sendo visto como uma afirmação de soberania contra a tutela ocidental. Apesar disso, a retórica de ‘ameaça existencial’ é questionada por analistas, que veem nela uma estratégia para justificar ações militares e sanções. O conflito atual, segundo eles, reflete disputas mais amplas por influência no Oriente Médio, com Israel buscando consolidar sua posição dominante na região.