O grupo Hamas afirmou neste domingo (1º) estar preparado para iniciar “imediatamente” novas negociações visando um cessar-fogo na Faixa de Gaza. O anúncio ocorre após Catar e Egito intensificarem esforços para mediar um acordo, em meio a uma guerra que já deixou mais de 54 mil mortos no território palestino. Na semana passada, Israel havia aceitado uma proposta de trégua temporária apresentada pelos EUA, mas o Hamas solicitou alterações no texto, o que foi classificado por um enviado americano como “totalmente inaceitável”.
Entre as demandas do grupo estão garantias dos EUA, um cronograma para a libertação de reféns, ampliação da ajuda humanitária e a retirada das tropas israelenses. Em troca, o Hamas propôs libertar 10 reféns vivos e entregar os corpos de 18 outros, além de buscar um cessar-fogo permanente. Enquanto isso, um enviado americano mencionou um possível acordo de 60 dias que permitiria a libertação de metade dos reféns ainda em poder do grupo, além da repatriação de corpos.
O impasse nas negociações persiste enquanto a crise humanitária em Gaza se agrava. Neste domingo, pelo menos 31 pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas durante um incidente em um ponto de distribuição de alimentos, com relatos de tiroteio envolvendo forças israelenses – que negaram ter alvejado civis. Organizações internacionais criticam a insuficiência da ajuda e os desafios logísticos, com o chefe da agência da ONU para refugiados palestinos alertando que a distribuição de auxílio se tornou “uma armadilha mortal”.