O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (2) que está trabalhando em uma solução mais estável para o equilíbrio das contas públicas, indo além do recente ajuste no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A proposta, articulada com o presidente Lula e líderes do Congresso, deve ser apresentada até esta terça-feira (3), antes da viagem do presidente à Paris. Haddad destacou a necessidade de uma medida estrutural, evitando ajustes paliativos anuais, e expressou confiança no alinhamento com o Legislativo.
O ministro explicou que a equipe econômica busca avançar em reformas mais robustas, incluindo correções de longo prazo no sistema tributário e nos gastos públicos. Ele mencionou que os chamados “gastos tributários”, como isenções fiscais, podem chegar a R$ 800 bilhões em 2024, e que enfrentar esse passivo é crucial para evitar cortes em emendas parlamentares ou aumentos permanentes de tributos. Haddad também deixou claro que a eventual manutenção do IOF dependerá de um pacote mais amplo de ajustes.
A articulação ocorre após críticas no Congresso sobre o aumento do IOF, com o governo recuando parcialmente, mas mantendo a maior parte das mudanças. Haddad reforçou que o objetivo não é apenas substituir tributos, mas corrigir distorções estruturais, sinalizando que a calibragem de impostos financeiros está entre as possibilidades em discussão. A proposta busca oferecer uma solução duradoura para os desafios fiscais de 2025, alinhando Executivo e Legislativo em torno de medidas consistentes.