O Grupo Prerrogativas, formado por advogados e juristas de esquerda, solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) a abertura de uma investigação contra a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) por supostos crimes de peculato e associação criminosa no programa ‘Abrace o Marajó’. A denúncia, apresentada nesta segunda-feira (16), baseia-se em reportagem do UOL que aponta o uso de informações falsas sobre abusos sexuais na Ilha do Marajó para justificar a criação do programa em 2020.
Segundo a representação, Damares Alves teria utilizado dados não confirmados por autoridades locais para direcionar recursos públicos a organizações religiosas aliadas, incluindo entidades com vínculos pessoais e familiares. O documento alega que a ex-ministra do governo Bolsonaro pode ter cometido peculato ao desviar verbas para beneficiar essas entidades, além de atuar em associação criminosa com outros agentes públicos e privados. A senadora negou as acusações e afirmou que pode processar o grupo por ‘denunciação caluniosa’.
O programa ‘Abrace o Marajó’ foi revogado pelo governo Lula em 2023, sob a justificativa de que foi baseado em premissas infundadas e serviu a interesses externos e confessionais. Em substituição, foi lançado o programa ‘Cidadania Marajó’, voltado ao combate à exploração sexual de crianças e adolescentes na região. A PGR ainda não se pronunciou sobre o pedido de investigação.