O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não apresentará novas medidas fiscais no momento, concentrando esforços em convencer parlamentares a aprovar aumentos de impostos já propostos, segundo fontes próximas ao assunto. A decisão ocorre após a Câmara dos Deputados avançar com uma proposta para anular o decreto que eleva o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), parte de um pacote fiscal que busca arrecadar R$ 50 bilhões em dois anos.
A equipe econômica argumenta que o fim de isenções fiscais, que custam cerca de R$ 800 bilhões anuais, corrige distorções no sistema tributário e atende às demandas por ajustes nas contas públicas. Enquanto isso, o presidente da Câmara, Hugo Motta, adiou a votação da proposta que susta o decreto do IOF, dando tempo para negociações com o governo, que também busca liberar emendas parlamentares para ampliar apoio no Congresso.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já revisou a proposta inicial do IOF após críticas do mercado e do Legislativo, apresentando uma versão mais enxuta do decreto e uma medida separada para aumentar a tributação sobre investimentos. O governo projeta zerar o déficit primário em 2025, mas enfrenta resistência no Congresso, que cobra cortes de gastos em vez de aumento de tributos.