O governo de São Paulo projetou um aumento nos gastos com benefícios tributários para 2026, alcançando R$ 78,5 bilhões em renúncia fiscal, valor superior aos R$ 70,7 bilhões estimados anteriormente. Apesar do programa “São Paulo na Direção Certa”, que prometia cortar 15% desses incentivos, a revisão resultou na manutenção de 179 dos 263 benefícios analisados. Setores como agropecuário e comércio de automóveis tiveram aumentos significativos nas isenções, enquanto atividades administrativas e financeiras registraram reduções.
A medida, apresentada como um contraponto à política fiscal do governo federal, foi elogiada pelo mercado financeiro, mas enfrentou resistência de setores afetados, como bares e restaurantes, que viram alíquotas de ICMS quase triplicarem. Após negociações, o governo manteve incentivos para itens básicos, como alimentos e medicamentos, enquanto cortou benefícios considerados menos relevantes, como comércio de cavalos puro-sangue. Especialistas destacam que o impacto real da revisão foi limitado, já que os incentivos mantidos concentram maior volume financeiro.
A oposição critica o aumento das renúncias fiscais, argumentando que a revisão foi ineficaz, já que os valores superaram as projeções anteriores. A Secretaria da Fazenda defendeu a medida, afirmando que, sem as mudanças, a renúncia em 2026 chegaria a R$ 88 bilhões. O debate ocorre em um ano eleitoral, no qual o governador busca equilibrar o discurso de austeridade com demandas econômicas e políticas.