O governo federal negociou um prazo de dez dias com o Congresso para apresentar alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), após recuar da medida devido à reação negativa do mercado. O ministro da Fazenda afirmou que a proposta final ainda está em discussão, mas destacou a necessidade de combinar ajustes tributários com reformas estruturais para garantir previsibilidade e justiça fiscal. Ele evitou detalhar as medidas, mas descartou a retomada da proposta de elevar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos, citando a demora para sua implementação.
Além do debate sobre o IOF, o ministro defendeu a retomada de reformas permanentes, como a limitação de supersalários no serviço público e mudanças nas aposentadorias militares, já enviadas ao Legislativo. Ele ressaltou que soluções estruturais são preferíveis a medidas paliativas, lembrando que avanços em 2023 melhoraram a avaliação do país por agências de risco e atraíram investimentos. No entanto, alertou que gastos obrigatórios continuarão pressionando o orçamento, reduzindo espaço para investimentos em áreas como infraestrutura e defesa agropecuária.
O governo busca equilibrar as contas públicas, cumprindo metas que preveem superávit em 2026, mas enfrenta desafios para conciliar ajustes imediatos com mudanças de longo prazo. O ministro destacou a importância de diálogo com o Congresso para evitar medidas isoladas e garantir sustentabilidade fiscal. Enquanto aguarda a definição do pacote, a equipe econômica trabalha em propostas que serão submetidas aos presidentes da Câmara, do Senado e ao presidente da República antes de serem formalizadas.