Em junho, mês dedicado ao combate nacional e internacional do trabalho infantil, dados revelam que Goiás enfrenta um grave cenário: quase metade das ocorrências fiscalizadas entre 2017 e 2024 envolve crianças em serviços de manutenção e limpeza de veículos, com exposição a solventes, óleos e ácidos. Goiânia registra progressos na aprendizagem profissional, mas municípios como Cristalina e Jataí se destacam negativamente pelo alto índice de exploração infantil em tarefas perigosas.
Segundo o Observatório da Prevenção e da Erradicação do Trabalho Infantil, via plataforma SmartLab, 45,9% dos casos no estado estão concentrados nesse setor de alto risco à saúde. O uso de produtos químicos por crianças e adolescentes viola normas de segurança e as convenções internacionais ratificadas pelo Brasil, agravando riscos de intoxicação e acidentes.
Autoridades alertam para a necessidade de políticas públicas integradas, especialmente no interior, onde a fiscalização é mais desafiadora. Apesar da redução de 12% nas denúncias em 2023, o estado ainda ocupa posição crítica no ranking nacional, com atividades informais e familiares perpetuando a exploração. Campanhas educativas e parcerias com sindicatos buscam conscientizar empregadores e comunidades sobre os impactos irreversíveis do trabalho precoce.