Em junho, mês dedicado ao combate nacional e internacional do trabalho infantil, Goiás revela dados alarmantes: quase metade dos casos fiscalizados entre 2017 e 2024 envolve crianças em serviços de manutenção e limpeza de veículos, com exposição a solventes, óleos e ácidos. Goiânia registra progressos na aprendizagem profissional, mas cidades como Cristalina e Jataí destacam-se negativamente pela alta incidência de menores em atividades de risco.
Segundo o Observatório da Prevenção e da Erradicação do Trabalho Infantil, via plataforma SmartLab, 45,9% das ocorrências no estado estão ligadas ao setor automotivo, onde os jovens manipulam produtos químicos perigosos sem proteção adequada. O levantamento aponta ainda que 28% dos casos ocorrem em ambientes informais, como oficinas clandestinas, dificultando a fiscalização.
Autoridades alertam para os impactos irreversíveis à saúde física e mental das crianças, além da evasão escolar. A Superintendência Regional do Trabalho em Goiás reforçou operações conjuntas com o Ministério Público e conselhos tutelares, priorizando regiões com maior vulnerabilidade social. Especialistas defendem políticas públicas integradas para combater as causas estruturais do problema, como a pobreza e a falta de acesso à educação.